quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Um banjo

Um bandolim, não, em nada se parece com
uma goiabeira carregadinha
(se eu não quiser).
Aprecio o virtuosismo ao bandolim,
mesmo assim não pode, a
princípio, ou por princípio,
o cara compor um trash grindcore. Mas eu quero.

Quero também que o canudinho usado para se
tomar um suco de uva sirva
de monumento na
praça da Matriz. Ele é
cavalo,
cavaleiro. Asa. Asa para compor a coisa delituosa.

E quando Jimmi Hendrix
inventa de tocar o meu bandolim
palhetando um canudinho desses,
sai de perto!

***

domingo, 11 de outubro de 2015

A aranha peluda

A aranha peluda
vulva de veludo d’oiro
com suas patinhas de cortesia...

O que costura trama
seus cálculos de leveza e escuma
uma teia de interesses.

Por meio de visgo duvidoso
uma seta por meta
um inseto.

A aranha tece
torturas torpores e pânico.

***

domingo, 4 de outubro de 2015

mais um gole de cerveja barata

minha mulher, a gorda, tomando uma lata de cerveja barata
apresentou-me a (novidade) uma tatuagem feita há dias
pertinho da virilha da perna esquerda
o meu primeiro nome

seria, no caso, o nosso segredinho
que vergonha

alguém aí entende a tonalidade entre rubor e amarelidão?
por que foi fazer uma merda dessas?! pensei

só faltava...
a gente quase no depois do quase
a gente já devia ter se separado uns dois anos atrás a covardia
não deixou os três filhos não
deixaram

agora
caralho
uma tatuagem que pentelhos cobririam fácil, meu nome
e na virilha que perdeu o cep faz tempo

onde estamos? caralho
caralho caralho

me dá um gole dessa cerveja, selma
não falei mais nada

ela sacou

***